CASE STUDY - AGILIDADE - Mudar rapidamente para ter sucesso  

15.07.2022


O exemplo da Altice na disseminação da filosofia ‘agile’, com a ajuda de uma ferramenta da Blink Consulting. Ou como uma organização pode colher benefícios a partir de formas de trabalho ‘agile’.



A agilidade vista como a capacidade de uma organização mudar rapidamente de forma a ser bem-sucedida em contextos ambíguos e em mudança permanente.
É o ponto de partida deste trabalho, sobre a aplicação feita pela Blink Consulting do simulador «Ágil ou Frágil» numa grande empresa tecnológica como é a Altice.
Artur Félix, ‘managing partner’ da consultora, começa por assinalar que «as organizações podem beneficiar da aplicação de formas de trabalho ‘agile’ para serem bem-sucedidas num contexto de imprevisibilidade», sendo que «na prática estamos a falar de trabalhar mais próximo do cliente em iterações mais curtas, entregando algo com valor no final de cada iteração».
O responsável da Blink Consulting faz ainda notar que «em muitos sectores de atividade a adoção de práticas ágeis é a diferença entre ter sucesso ou ficar aquém dos resultados desejados, sendo superado pela concorrência». Esta terá sido uma das razões para terem desenvolvido uma abordagem – que denominaram «Ágil ou Frágil» – para apoiar a transformação das organizações na adoção de práticas ágeis.

O ponto de partida desta abordagem passa pela caracterização do «Perfil de Agilidade Organizacional» existente e da identificação daquele que seria desejável, de modo a definir um conjunto de iniciativas tendo
em vista o incremento da agilidade organizacional.
Estas iniciativas podem ser em domínios como a estratégia – e a forma como a mesma é entendida e posta em prática pelas pessoas que compõem a organização –, o modelo organizativo – tendencialmente
em rede –, os processos – tendo em vista uma célere tomada de decisão –, a participação e o envolvimento de todas as pessoas e ainda a utilização de tecnologia para potenciar os resultados.
Resultante da abordagem, o simulador «Ágil ou Frágil», que tomou o mesmo nome da abordagem, é uma das ferramentas que a Blink Consulting desenvolveu para promover o conhecimento dos princípios ágeis junto de organizações e/ ou de pessoas que não estão familiarizadas com os mesmos.

Artur Félix comenta ainda: «Ao tomarem decisões na resolução de um caso prático, os participantes vão descobrindo os princípios ágeis e avaliando o impacto das suas decisões de acordo com o grau de
aplicação destes princípios.» E explica: «A tomada de consciência e a criação de um entendimento comum são os pontos de partida para que os participantes identifiquem ações concretas para a implementação
destas práticas no seu contexto de trabalho. As organizações com que a Blink Consulting tem realizado diversos ‘workshops’ neste âmbito têm como objetivo principal levar as suas pessoas a entenderem a filosofia ‘agile’, incentivando-as a adotarem práticas mais ágeis. A utilização do simulador ‘Ágil ou Frágil’ permite proporcionar uma experiência muito rica e imersiva, que gera uma grande adesão e entusiamo dos participantes, refletindo-se numa participação ativa de todos e numa elevada retenção dos temas abordados.»

 

A FILOSOFIA AGILE’ NA ALTICE
No caso das ações desenvolvidas com a Altice, com o simulador «Ágil ou Frágil», sempre em ambiente ‘on-line’, falámos com um responsável de recursos humanos da empresa e recolhemos ainda depoimentos
de participantes.
No primeiro depoimento, é referido que «o formato e os conteúdos foram muito interessantes» e que a iniciativa «permitiu conhecer outras filosofias e experiências, colocar os temas em perspetiva e reequacionar
tendo em conta a filosofia ‘agile’». Já no segundo fala-se de uma «ação foi muito agradável de acompanhar, com a passagem de conceitos e formas de atuar de uma maneira muito prática e esclarecedora, permitindo o debate e mantendo todas as pessoas sempre envolvidas». Mais: «O processo precisa de ser aplicado nas diferentes áreas, como uma evolução natural da nossa forma de atuar.»
Quanto ao gestor de recursos humanos, Nuno Duarte, da área de Formação e Desenvolvimento da Altice, comenta em jeito de balanço: «Os colaboradores ficaram com noções mais concretas da filosofia ‘agile’ e de como a mesma se poderá transpor para a realidade.

Houve um sentimento transversal de reflexão em relação a repensar as atividades do dia-a-dia, de modo a melhorar o desempenho e a eficiência das equipas.»
O objetivo da Altive com a iniciativa foi disseminar o modo de pensar da filosofia ‘agile’ e despertar a curiosidade para a utilização nas equipas de possíveis ‘frameworks agile’, como o Scrum, entre outras.
Considerando duas dimensões, a do negócio e a da gestão das pessoas, Nuno Duarte refere-se assim à forma como o tema da agilidade é visto na tecnológica:
«O futuro na gestão de pessoas na Altice está intrinsecamente ligado à construção de culturas ágeis e colaborativas que possibilitem velocidade, eficiência e alto envolvimento de todos no trabalho, o que exigirá
conceções muito diferentes de cultura – longe de caracterizações amplas para reconhecer que a cultura é hoje experimentada localmente em redes, é variável em todas as organizações de variadas maneiras, que
podem ser positivas e negativas, e não é efetivamente moldada pela comunicação tradicional de cima para baixo ou em processos de cascata.» Mais: «As abordagens muito mais eficazes para a mudança cultural
podem ser implementadas por meio de redes, visando diferentes tipos de líderes de opinião, cocriação de estados de futuros desejados e direcionamento mais ativo de pontos onde existe desalinhamento de
valores ou prioridades. As exigências cada vez maiores para o negócio advindas do desenvolvimento da tecnologia e da utilização da mesma pelos nossos clientes são desafios alcançáveis através das metodologias ágeis.»
Em jeito de conclusão, o gestor de recursos humanos diz: «As metodologias ‘agile’ que temos levado a cabo na empresa têm contribuído ativamente para o processo de transformação cultural e digital que atravessamos, e que ganha especial relevância por se tratar de uma empresa de tecnologia com considerável cadência de transformações tecnológicas, como o 5G.
Em resumo, é crucial desenvolver projetos transversais, entre diferentes pessoas de diferentes áreas, no sentido de agilizar as equipas e trazer para o contexto diferentes níveis e matérias de conhecimento. No final do dia, além da tão necessária tecnologia, as competências interpessoais são de extrema importância para a criação das ligações humanas que permitirão agilizar o negócio e estar mais perto do cliente. Como consequência, potenciará o desenvolvimento de produtos e processos cada vez mais ágeis, o que é benéfico para todos os ‘stakeholders’.»

 

Texto: Redação human

In Revista Human, Julho/Agosto 2022


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